“Por vingança, Rogério Carvalho dá golpe no PT de Santana de São Francisco e o repassa a bolsonaristas” – JL Política
É jornalista há 40 anos, poeta e fundador do Portal JLPolítica. Colaboração / Tatianne Melo.
Maria: alvo de perseguição e de misoginia de bolsonaristas que mandam no PT via Rogério
Esta afirmação é feita por Maria das Dores, conhecida como Maria do PT, ex-presidente do Diretório do Partido dos Trabalhadores no município de Santana do São Francisco. Maria denuncia detalhes do que, segundo ela, trata-se de um golpe sofrido pelo partido municipal perpetrado pelo senador Rogério Carvalho, PT, que entregou o partido a quadros vistosos do bolsonarismo na cidade.
“Há um mês, a professora Rosângela, diretora estadual do PT, ligou para mim e disse que eu teria que decidir, porque o PT estadual não concordava em eu continuar apoiando o prefeito de Santana do São Francisco, Ricardo Roriz, PSD.
Então, eu disse que não abriria mão de estar com ele", revela Maria, uma filiada ao PT há 20 anos e que estava há oito anos como presidente do partido no município, além de ser a atual secretária municipal de Assistência Social.
A ex-presidente revelou ainda que o motivo para a legenda estadual não querer o seu apoio ao prefeito do município é o fato de o gestor não ter apoiado o senador Rogério Carvalho na eleição para governador de Sergipe de 2022. Raivoso e personalíssimo, o senador soltou seus cães sobre Maria.
“Rogério quer se vingar do prefeito Ricardo Roriz porque ele não o apoiou como candidato a governador do Estado na última campanha. Ricardo apoiou Fábio Mitidieri, do seu partido. Rogério deu um golpe no PT de Santana para se vingar do prefeito Ricardo Roriz”, diz Maria.
Maria disse, ainda, que foi retirada do Diretório para dar lugar a parentes e pessoas indicadas pelo vice-prefeito, André Santana, que atualmente está desvinculado da gestão e tenta se eleger como vereador pelo PT, embora seja um antipetista clássico e pessoa odiada pela quase totalidade dos cidadãos de Santana do São Francisco.
“Me tiraram da legenda para dar espaço para uma pessoa completamente antipetista, que no caso é o vice-prefeito da cidade, André Santana, do MDB. Ele chama Lula de ladrão, diz que todos os petistas são ladrões, além de ser agressor de mulheres e misógino. Tentou me agredir por questões políticas”, afirma Maria das Dores.
Maria das Dores também fez críticas ao PT e disse que o “dono” da sigla em Sergipe é Rogério Carvalho, que tem se revelado um político à margem e sem sensibilidade de comando.
“O PT de Sergipe está acabando. Não é o PT de Marcelo Déda, que eu conhecia. Me tiraram sem justificativa, ferindo nosso estatuto. O PT estadual hoje tem um dono, que é Rogério. Apesar de João Daniel ser o presidente do PT em Sergipe, ele obedece a Rogério, que não utiliza a democracia, e fazem o que querem. João Daniel só tem o nome, porque quem manda é Rogério”, diz a ex-petista.
Vale lembrar que quando Rogério filiou o vice-prefeito de Santana houve uma repercussão bastante negativa, devido aos áudios existentes do próprio vice com ofensas ao presidente Lula e se declarando um bolsonarista zoadento. Nessa nova configuração, ele ficou de fora, mas indicou a família, que também declarou apoio a Bolsonaro de forma pública, junto com a família do ex-prefeito.
O diretório atualmente é liderado por Arthur Vinicius Martins Santana, irmão de André Santana, e o resto é uma parentela afetada. Meline Santos Santana, esposa de André, desempenha a função de secretária de Organização, enquanto a filha do casal, Iracema Santos, atua como secretária-geral. Já a sogra, Maria Clemilda Oliveira Santos, assume a posição de secretária de Formação.
Além disso, o ex-prefeito Gilson Guimarães Barroso Júnior agora é secretário de Finanças e Planejamento da sigla. Sua esposa, Neuza Fernanda Oliveira, foi designada como vice-presidente.
Nesse imbróglio, duas famílias agora comandam o diretório do PT em Santana de São Francisco para ceder aos caprichos vingativos do senador Rogério Carvalho, como afirmou Maria do PT, mesmo que isso custe colocar inimigos do seu próprio partido.
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